domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alquimia - Parte I

Alquimia Inicial

A alquimia, precursora da química e da medicina, foi a ciência principal da Idade Média. A busca da pedra filosofal e da capacidade de transmutação dos metais, incluía não só as experiências químicas, mas também uma série de rituais. A filosofia Hermética era um dos seus alicerces, assim também como partes de Cabala e da Magia. A magia é a primeira das ciências e a mais caluniada de todas, porque o vulgo obstina-se em confundir a magia com a bruxaria supersticiosa cujas práticas abomináveis são denunciadas. A Alquimia tomou emprestado da Cabala todos os seus signos, e era na lei das analogias, resultantes da harmonia dos contrários, que baseava suas operações. Ao longo do tempo, diversos alquimistas descobriram que a verdadeira transmutação ocorria no próprio homem, numa espécie de Alquimia da Alma; diversos outros permaneceram na busca sem sucesso do processo de transformações de metais menos nobres em ouro; afirma-se que alguns mestres atingiram seus objetivos.


A alquimia também preocupava-se com a Cosmogonia do Universo, com a astrologia e a matemática. Os escritos alquímicos, constituíam-se muitas vezes, de modo codificado ou dissimulado, daí, talvez a conotação dada ao termo hermético ( fechada), acessível apenas para os iniciados. A palavra alquimia, do árabe, al-khimia, tem o mesmo significado de química, só que, esta química, antigamente designada por espargiria, não é a que atualmente conhecemos, mas sim, uma química transcendental e espiritualista. Sabe-se, que al, em árabe, designa Ser supremo o Todo-Poderoso, como Al-lah. O termo alquimia, designa desde os tempos mais recuados, a ciência de Deus, ou seja a química de Al. A alquimia é a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da natureza. No sentido restrito do termo, a alquimia sendo uma técnica é, por isso, uma arte prática. Como tal, ela assenta sobre um conjunto de teorias relativas à constituição da matéria, à formação de substâncias inanimadas e vivas, etc.



Para um alquimista, a matéria é composta por três princípios fundamentais, Enxofre, Mercúrio e Sal, os quais poderão ser combinados em diversas proporções, para formar novos corpos. No dizer de Roger Bacon, no Espelho da Alquimia, «...A alquimia é a ciência que ensina a preparar uma certa medicina ou elixir, o qual, sendo projetado sobre os metais imperfeitos, lhe comunica a perfeição...» A alquimia operativa, aplicação direta da alquimia teórica, é a procura da pedra filosofal. Ela reveste-se de dois aspectos principais: a medicina universal e a transmutação dos metais, sendo uma, a prova real da outra. Um alquimista, normalmente, era também um médico, filósofo e astrólogo, tal como Paracelso, Alberto Magno, Santo Agostinho, Frei Basílio Valentim e tantos outros grandes Mestres hoje conhecidos pelas suas obras reputadas de verdadeiras.



Cada Mestre tinha os seus discípulos a quem iniciava na Arte, transmitindo-lhe os seus conhecimentos. Além disso, para que esse conhecimento perdurasse pelos tempos, transmitiram-no também por escrito, nos livros que atualmente conhecemos, quase sempre escritos sob pseudônimo, de forma velada, por meio de alegorias, símbolos ou figuras. É isto que dificulta o estudo da alquimia, porque esses símbolos e figuras não têm um sentido uniforme. Tudo era, e atualmente ainda é, deixado à obra e imaginação dos seus autores. A transmutação de qualquer metal em ouro, o elixir da longa vida são na realidade coisas minúsculas diante da compreensão do que somos. A Alquimia é a busca do entendimento da natureza, a busca da sabedoria, dos grandes conhecimentos e o estudante de alquimia é um andarilho a percorrer as estradas da vida.



O verdadeiro alquimista é um iluminado, um sábio que compreende a simplicidade do nada absoluto. É capaz de realizar coisas que a ciência e tecnologias atuais jamais conseguirão, pois a Alquimia está pautada na energia espiritual e não somente no materialismo e a ciência a muito tempo perdeu este caminho. A Alquimia é o conhecimento máximo, porém é muito difícil de ser aprendida ou descoberta. Podemos levar anos até começarmos a perceber que nada sabemos, vamos então começar imediatamente pois o prêmio para os que conseguirem é o mais alto de todos.



A Alquimia é uma Arte que se utiliza de grande número de símbolos, e por isso mesmo muitas vezes há referencias a ela com o nome de Ars Symbollica. O grande símbolo da Alquimia é a borboleta, por causa do efeito da metamorfose. Um dos símbolos que mais aparecem nos trabalhos de Alquimia é a figura do hermafrodita, ou andrógino.

Alquimia - Uma Ciência Milenar


I- O que é Alquimia?

Se pegarmos um dicionário comum veremos que alquimia é ´´a química que procurava sobre tudo descobrir a pedra filosofal``, porém esse um significado muito básico.O correto é dizer que a alquimia é a ciência da Transmutação. Uma das diferenças existentes entre a Alquimia e a Química, é a natureza do hermetismo a que foi levada pela falta de conhecimento científico, nas civilizações que nos antecederam. Não que a Química não tenha seu conteúdo hermético, só acessível às pessoas que se dedicam a ela. Mas, mesmo sendo codificada como é, apresenta uma linguagem universal, à base de símbolos comuns, livre de envolvimentos religiosos e superstições míticas. Suas teorias são passíveis de serem transmitidas e captadas com facilidade pelos que se dedicam ao assunto. O conhecimento alquímico entretanto, que para ser conservado e divulgado utilizou-se da crendice natural dos povos antigos, preservou-se sob características de religiosidade, atravessou gerações oculto pelo mais rigoroso sigilo, sendo divulgado apenas entre os iniciados, através de práticas místicas, chamadas Mistérios, sempre representado sob a figura de deuses, monstros ou mitos. Como você pode ver, há várias definições. Se perguntarmos a diferentes pessoas ´´o que é alquimia`` obteremos várias respostas:


1)“Alquimia é aquilo relacionado à pessoas que estudam a pedra filosofal.” 2)“Alquimia é a química do passado.” 3)“Não faço idéia do que seja a alquimia, seria aquele jogo que eu tinha quando criança?” (5 pessoas) 4)“Alquimia é a manipulação de utensílios químicos para cura e para conhecimento profundo, principalmente. É um assunto muito abrangente...” 5)“Alquimia é a transformação de dois ou mais elementos se tornando outros.” 6)“Alquimia é uma substituição da medicina convencional.” 7)“Alquimia é uma arte de entender a matéria relacionada a natureza, tentar entendê-la, ou dominá-la com suas próprias leis.” 8)“Alquimia, na minha opinião, é aquela ciência com a qual os antigos alquimistas procuravam o elixir da vida eterna e também a fórmula para transformar metais comuns em ouro.”9)“Alquimia é como a ciência; alquimistas são inventores.” 10) “Eu acho que os alquimistas não são bem cientistas; ah para mim são pessoas que inventam algumas coisas do nada!” 11) “Os alquimistas eram como os cientistas, eles tentavam transformar tudo em ouro.” 12) “Alquimia são experiências realizadas com compostos químicos.” 13) “Não tenho nenhum conhecimento sobre alquimia.” 14) “Alquimia ? Eu já ouvi falar sobre isso mas nem lembro...” 15) “Hum...Alquimia? Tem alguma relação com magia?” 16) “Alquimia é algo relacionado à ciência e à medicina ...”

Importante e necessário é saber estes pontos principais:
  • Alquimia é “A Arte de curar”
  • Muito notável na Idade Média, teve seu apogeu com os árabes; forte presença na China com Ku, imperador chinês (herança da China= mais de 3000 espécies de ervas e flores medicinais), no Egito e com os Sumérios.
  • Sua parte “química” se destina ao estudo dos 4 elementos: Terra, Água, Fogo e Ar e a parte voltada mais ao corpo físico fala muito das 3 substâncias: Mercúrio (mercurius), Enxofre (sulfur) e Sal; Todo corpo é formado por essas 3 substâncias.
  • Segundo Joel Aleixo, trata-se de ciência e não esoterismo. Uma ciência hieróglifa.
  • Origem da Palavra: Alquimia = Al Kymia = pedra filosofal, o primeiro arcano (mistério) da alquimia. Em latim, chama-se solue et coagula.
  • O segundo arcano da alquimia são as 3 substâncias.
  • 1ª lei da alquimia -> Tudo é um.
  • Outro ponto importante na alquimia é ascender o fogo do alquimista, ou seja, o flungiston.
  • Os 3 momentos na alquimia:


INICIANTE - nigredo = sem luz própria
INICIADO - rubedo = aquele que tem luz própria
ADEPTO - albedo = aquele que já adquiriu uma consciência
  • Temos na alquimia uma trindade como a da Igreja Católica: Pai, Filho e espírito Santo.


Símbolo da trindade:
  • Na Alquimia, a mulher é diferente do homem pois esta possui o matrix, um órgão no alto da cabeça que está no limite do plano espiritual e do plano físico.


Alquimia - Visão que tudo está no todo


ALQUIMIA - Visão que tudo está no todo.
ANIMISMO- haveria uma Matriz Única e Universal de onde proviam todas as coisas e que era chamada de Alma ou Matéria Prima do mundo.
Hermes Trismegisto - considerado o pai da Alquimia. Duas mil obras atribuídas a Hermes.
Alquimia - o processo de transformação da alma.
Fator de síntese- poderia facilitar essa transformação. Usavam o fogo para transmutação dos elementos em energia.
Leis universais- determinavam as interações ao nível da Alma ou Matéria Prima do Mundo.
VITALISMO- não mais tratava toda a natureza como viva. Gerou uma cisão entre os seres vivos e o restante do Universo. Foi nesse contexto que surgiu a Homeopatia e o conceito de similimum de Hahnemann dentro de uma visão sistêmica na qual entendia a importância de se obter um fator que englobasse a totalidade dos sintomas do indivíduo. Além disso, elaborou um novo método de acesso aos padrões intrínsecos do ser através da dinamização homeopática, não mais usando o fogo como os antigos alquimistas, mas a água.
TEORIA MECANICISTA- nega a existência de qualquer diferença essencial entre organismos vivos e matéria inanimada em geral. Considera os organismos vivos como máquinas e que tudo emerge de interações físico- químicas complexas.
HOLISMO- 1920 - não vê mais o Universo como uma máquina, mas como um sistema vivo. Nesse ponto representa uma visão atualizada do Animismo. Coloca o organismo vivo como um sistema auto-organizador.
5º CAMPO OU BIOCAMPO- atualmente admitido pela Física e pela Biologia, é um campo que permeia todas as coisas, refratado por metais e absorvido pelos tecidos orgânicos. Todas as mudanças nos objetos são precedidas por ele.


ELEMENTOS ALQUÍMICOS

Mercúrio- considerado a chave do Universo. Corresponde ao passivo, elemento yin ou feminino.
Sulphur- representa o ativo, o elemento yang ou masculino.
Alkahes- qualidade de energia liberada a partir da junção desses dois elementos.
Natrum muriaticum- suporte físico, elemento neutro que representa o corpo físico.


A partir desses três elementos foram iniciadas as experimentações homeopáticas e definiu-se que a ordem seria a dos textos alquímicos, ou seja, iniciar sempre com o metal ou elemento yin e a seguir o sulphur, elemento yang, e por último o natrum, elemento neutro necessário para a interação dos dois.
Em que segmentos paralelos do organismo estes elementos estariam relacionados?
A partir do estudo comparativo da patogenesia homeopática e estudo científico sobre os centros consensuais de consciência ou chakras, relacionou-se o mercúrio com o 5º chakra ou laringeo, o sulphur com o 3º chakra ou plexo solar, e o natrum muriaticum com o 4º chakra ou cardíaco.
Ouro- considerado pelos alquimistas o metal perfeito. Aurum metalicum- 2º chakra ou umbilical. Antimonium crudum- representante simbólico da terra oculta. Um dos remédios mais eficazes da humanidade. Rudolf Steiner - sem as influências externas, o homem seria ele mesmo Antimonium.
6º chakra ou frontal- experimenta a dimensão do Eu Sou. Antimonium é simbolizado pelo lobo cinzento que uiva para lua. Kali carbonicum - sal que se combina com o antimonium crudum.
7º chakra ou frontal- representado pela lua cheia. Na alquimia, sal tartari e ao se tornar volátil expulsava todas as impurezas do corpo. Ammonium muriaticum - último elemento a ser codificado. Sal correspondente ao aurum met e sua patogenesia corresponde ao descrito para o 1º chakra ou básico.


MODO DE AÇÃO

1)Ressonância- passagem de informação. É preciso haver semelhança.
2)Liberação de energia para o sistema- estabelecem alterações eletromagnéticas, dando condições para o salto quântico ou mudança do nível de consciência. Na física quântica isto é comprovado através dos condensados de Bose-Einstein. O processo de dinamização homeopático é um método de se atingir níveis elevados de vibração capaz de gerar ressonância vibratória com o campo eletromagnético gerado pelas partículas atômicas.


SENTIDO DAS AGRAVAÇÕES HOMEOPÁTICAS

Na alquimia, a cura era um processo no qual seriam observadas duas fases:
1) O "dissolver"
2) O "cristalizar" A dissolução dos velhos padrões deveria ocorrer ao nível da alma para que esta fosse purificada devendo em seguida ser cristalizada sob uma nova forma. Em certo sentido, a fase de dissolução abriga um paradoxo, pois ao mesmo tempo que gera a consciência unitiva integradora, determina a dissolução inicial daquilo que precisa ser transcendido interiormente. Isto corresponde à agravação inicial, indicando que ocorreu uma resposta adequada.

Algumas Considerações

De Rubellus Petrinus
30px-Nuvola_apps_bookcase.pngEste artigo é uma transcrição de um livro, que possui direitos autorais.
O conteúdo dos livros pode ou não ser imaginação de seu autor.




Algumas Considerações


Temos lido diversas opiniões acerca da ciência de Hermes que nós todos tanto amamos. Como é natural e óbvio, cada um tem o seu ponto de vista diferente, alguns coincidentes mas a maior parte, generalizando sem focar diretamente objetivos bem definidos sobre alquimia prática embrenhando-se na alquimia especulativa por vezes dita "filosófica". Não queremos de forma alguma ser pretensiosos mas gostaríamos de dar a nossa modesta opinião sobre este assunto tão polémico, respeitando a opinião dos outros como é apanágio da nossa tradição.
Dizem os antigos tratados que alquimia em árabe "Al-khimia" tem o mesmo significado que hoje damos à química (nós diríamos espagíria) só que esta "química" é uma química espiritualista e transcendental. Al em árabe significa Ser Supremo o Todo-Poderoso, como Al-lah. Portanto o termo alquimia, designa desde os tempos mais remotos, a ciência de Deus, ou seja a química de Al.
Os nossos antigos Mestres no seus tratados invocavam sempre a ajuda divina como por exemplo, Alberto o Grande, (1193-1280) no prefácio do seu livro o Composto dos Compostos: «Não ocultarei uma ciência que me foi revelada pela graça de Deus...» Mais adiante no Capítulo IV, Da Sublimação do Mercúrio: «Em nome do Senhor, procura uma libra de mercúrio puro proveniente da mina.»
Também Raimundo Lúlio, (1235-1315) no seu livro a Clavícula, diz: «Por isso, com a ajuda e permissão do Altíssimo, que se aprazeu em revelar-me a Grande Obra, falarei aqui da Arte sem nenhuma ficção.»
Flamel no seu livro o Breviário ou Testamento (1414) também recomenda ao seu sobrinho o seguinte:
«Por isso, não te esqueças de rogar a Deus que te dispense entendimento de razão, de verdade e natureza...»
Até Filaleto (1645) diz:...«certamente a minha pena hesitou frequentemente em escrever tudo desejoso que estava de esconder a verdade sob zelosa máscara, mas Deus me constrangia e não pude resistir-lhe a Ele, único que conhece os corações..»
Nessa época, a Igreja e a fé em Deus incutida por ela tinha muita influência na vivência das pessoas e disso é um triste exemplo o da Inquisição para aqueles que a não professassem. Os profanos que praticavam a alquimia foram perseguidos e, por isso, a maioria dos tratados que hoje conhecemos foram escritos sob pseudónimo para se protegerem.
Há muitos mestres clássicos, contemporâneos e modernos que não fazem qualquer referência nas suas obras à ajuda divina. Hoje, em pleno final do século XX, a alquimia terá de ser encarada sob um prisma diferente embora respeitando a tradição.
Atualmente, tem-se procurado compreender o fenômeno alquímico porquê o modus operandi engloba processos químicos (espagíricos) mas, enquanto na química a reacção entre um sal e um ácido feita em condições semelhantes dá sempre o mesmo resultado, em alquimia, em certas operações não se verifica o mesmo. É aqui que reside a distinção que, presentemente, alguns não aceitam porque sob o ponto de vista da ciência oficial (química) isso não tem lógica alguma.
Consta que Roger Caro, um grande alquimista moderno já falecido, fez a seguinte experiência de uma operação alquímica (Via de Kamala-Jnana) com dois dos seus discípulos. Colocou as mesmas matérias e o fogo secreto em três matrases diferentes devidamente selados.
Entregou um matrás a cada um dos seus discípulos ficando ele com o outro. Iniciaram todos ao mesmo tempo a operação SOLVE. No matrás de Roger Caro a reação exotérmica natural e instantânea (cerca de 400 graus) necessária à sublimação das matérias deu-se imediatamente e no matrás dos discípulos a temperatura ficou-se pelos 80 graus!
Isto leva-nos a concluir que a "bioenergia" do próprio operador poderia ter influência na reação química natural entre as matérias. Nós fizemos por várias vezes a mesma operação com matérias canônicas e também não conseguimos ultrapassar os 80 graus! Os nossos Mestres dizem que a alquimia é a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da Natureza o que, actualmente, não é fácil compreender e mais ainda fazer. Que poderemos nós entender por ajuda da Natureza?
Sabemos pelos antigos tratados que, normalmente, uma obra alquímica era iniciada na Primavera (na Europa) e, também, é nessa estação do ano se recolhe o orvalho e se deliquescem os sais empregados como fogo secreto em algumas obras, porquê nesta estação do ano a atmosfera é abundante em Espírito Universal.
Infelizmente, até agora, em nenhum tratado alquímico que conhecemos encontramos uma definição exata do que os antigos Mestres entendiam por espírito universal e a ajuda da Natureza. Sabemos também, que a luz polarizada da Lua nas noites de Lua cheia, tem influência na recolha de orvalho e o satura do tal espírito universal. Esse orvalho é por excelência, o veículo para tratar os sais empregados na alquimia.
Há algum tempo atrás tivemos uma "discussão" acerca da importância que a astrologia teria na alquimia. Nós entendíamos que ela tinha alguma importância e citamos o que acima dissemos. Na ocasião, alguns "astrólogos" do forum contestaram afirmando que a astrologia tinha uma importância fundamental na alquimia operativa e interpretativa, desmultiplicando-se em exemplos astrológicos teóricos e conjunções planetárias citando, inclusivamente como exemplo disso algumas figuras de Abraão o Judeu, etc.
Para lhes provar que não era exatamente o que afirmavam, enviamos ao fórum a primeira figura do Speculum Veritatis de Filaleto, para ser interpretada astrologicamente. Apenas um "astrólogo" fez uma interpretação que ficou muito além do real significado alquímico que ela representava, confirmando-se assim, a minha afirmação.
Depois disso descrevemos simbolicamente a Primeira e a Quarta Lâminas de Abraham o Judeu onde na nossa fundamentada opinião, são apenas designadas simbolicamente matérias inerentes às operações descritas sem nenhuma referência astrológica visível. Por isso caros amigos, não nos dispersemos em discussões filosóficas e interpretações irrealistas do que é a alquimia, porque sendo ela uma técnica operativa é a aplicação direta da alquimia teórica que conduz à procura da Pedra Filosofal ou Medicina Universal.
Já tivemos ocasião de divulgar a nossa opinião baseada na dos Grandes Mestres acerca da Pedra Filosofal e da Medicina Universal e, por isso será desnecessário repetí-lo. É certo que determinadas matérias e operações alquímicas não deverão, por tradição, ser discutidas num fórum. Mas, tendo em conta que alguns dos Grandes Mestres descreveram caridosamente as suas obras em linguagem clara para a época como Flamel, Valentim, Alberto e outros, porque nós, não o poderemos fazer nessa mesma linguagem?
Alguns dirão, e com certa razão, porque fazemos esta observação quando nós escrevemos frequentemente textos sobre espagíria? A principal razão é que a espagíria é o primeiro degrau para "fazer a mão" para a alquimia.
Não temos nem nunca tivemos a presunção de dar "lições" de alquimia ou de espagíria mas apenas tentar repartir com aos outros um pouco do que ao longo dos anos aprendemos com outros irmãos e Mestres para que eles possam encontrar o seu próprio caminho.
Um verdadeiro alquimista deverá de ter a humildade de escutar os outros irmãos mesmo que estes estejam no caminho errado mas convencidos que estão a trilhar o caminho certo. Nenhum alquimista poderá ter a pretensão de saber tudo sobre a Arte mesmo que tenha lido todos os livros de alquimia do mundo e ser um hábil operador no laboratório. Há sempre alguma coisa a aprender com outros e, para isso, são muito importantes as trocas de impressões.
Presentemente não temos conhecimento de que haja algum alquimista moderno que seja um ADEPTO, isto é, que tenha realizado a Grande Obra e obtido a Pedra Filosofal ou Medicina Universal. Sabemos que um alquimista francês que foi nosso Mestre, que muito admiramos pelo seu grande saber e que estávamos convencidos de que tinha feito todas as Vias alquímicas, fez apenas alguns "particulares".
Mesmo o Grande Mestre que foi o verdadeiro Fulcanelli (Lubicz), Julien Champagne, o seu discípulo Canseliet e até Dujols não terminaram a obra pela via seca tendo Fulcanelli feito apenas um "particular". (in Fulcanelli Devoilé)
Para alguns pretensos alquimistas e "maestros" tais como os sopradores de outrora, que teimam afirmar publicamente as suas opiniões de textos mal interpretados e moldados à sua conveniência que poderão induzir em erro quem os ler, um verdadeiro alquimista, deverá, sem arrogância, repor a verdade e não permitir que a nossa Arte saia desacreditada. Nunca se conseguirá aprender alquimia apenas pela leitura dos livros sobre a Arte sejam eles dos melhores autores clássicos ou modernos sem ter o "background" suficiente para isso. Em alquimia, cada um terá de percorrer o seu próprio caminho, seja só, se o conseguir, ou com a ajuda da mão caridosa de outro irmão ou de um Mestre. A este respeito, Alberto o Grande no Composto dos Compostos diz: « A ciência que aprendi sem ficções vo-la transmito sem pena. A inveja transtorna tudo, um homem invejoso não pode ser justo ante Deus.»

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